Diabetes e a Alimentação

O Dia Mundial da Diabetes celebra-se a 14 de novembro e o seu objetivo é consciencializar para as consequências negativas desta doença na vida dos cidadãos, sensibilizando-as para adotarem um estilo de vida saudável.

A Diabetes Mellitus é definida como “uma doença crónica, que resulta da produção insuficiente de insulina, por parte do pâncreas, ou da incapacidade do organismo de utilizar a insulina produzida”. A terapêutica nutricional é um componente essencial no controlo da diabetes permitindo obter valores de glicémia mais próximos dos valores normais, contribuindo para a manutenção de um peso normal e evitando o aparecimento de complicações. O diabético deve fazer uma ingestão calórica adequada e a sua alimentação deve ter por base os princípios da Roda dos Alimentos, na qual se encontra preconizada a prática de uma alimentação completa, variada e equilibrada.

Tendo em conta que a prática de uma alimentação inadequada, o sedentarismo e o excesso de peso fazem parte de fatores de risco para o desenvolvimento da doença, a alimentação desempenha um papel preponderante, devendo a mesma ser individualizada porque cada pessoa tem as suas necessidades nutricionais.

Alimentos aconselhados:

• Alimentos ricos em hidratos de carbono complexos

Não deve excluir os hidratos de carbono da sua alimentação, uma vez que estes desempenham um papel fundamental no controlo da doença. Deve, sim, ter atenção à quantidade, tipo ou fonte de hidratos de carbono ingeridos uma vez que estes são determinantes nos níveis de glicose pós-prandial.

Principais fontes alimentares: Pão, Batata, Massa, Frutas, Cereais, Leguminosas (feijão, grão, lentilhas...).

• Alimentos ricos em fibra

Um maior teor de fibra melhora a resposta glicémica e promove a saciedade. Auxilia, também, na redução dos níveis de colesterol e no controlo do peso.

Principais fontes alimentares: Frutas, Hortícolas, Cereais e derivados, Leguminosas (feijão, grão, lentilhas...).

• Alimentos ricos em ácidos gordos monoinsaturados

Os ácidos gordos monoinsaturados promovem o aumento do colesterol HDL (denominado bom colesterol) e diminuem o risco cardiovascular.

Principais fontes alimentares: Azeite, Óleo de amendoim.

• Alimentos ricos em gorduras polinsaturadas

O peixe desempenha um papel importante na redução do risco cardiovascular, uma vez que fornece ácidos gordos ómega 3. Os frutos gordos assumem a sua importância no controlo glicémico, através do fornecimento de ácidos gordos ómega 6.

Principais fontes alimentares: Peixe gordo (salmão, sardinha, sarda, cavala, dourada, enguia, robalo, atum), Frutos gordos (noz, amendoim, amêndoa, caju, castanha do Brasil, etc).

Alimentos a evitar:

• Açúcar ou alimentos açucarados

São alimentos sem interesse e valor nutricional (por não terem nutrientes e terem elevada densidade calórica) e contribuem para o aumento da glicose no sangue e para o aumento de peso.

Principais fontes alimentares: Bolos, Bolachas com ou sem recheio, Compotas, Rebuçados, Chocolates, Gelados.

• Alimentos ricos em gordura saturada e trans

Aumentam o risco cardiovascular, estando associadas também ao excesso de peso, aumento de colesterol e à aterosclerose. Contribuem para a intolerância à glicose.

Principais fontes alimentares: Batatas fritas, Bolos e produtos de pastelaria, Chocolates, Snacks, Produtos de charcutaria.

• Bebidas Alcoólicas

O álcool é não é isento de calorias (1g de álcool fornece 7kcal) e, por este motivo, contribui para o aumento de peso. Por este motivo, não existe a proibição do seu consumo (dependendo de outras condições clínicas) mas deve ser consumido moderadamente e a acompanhar as refeições principais.

Principais fontes: Vinho, Cerveja, Bebidas brancas.

Recomendações gerais:

- Fazer pelo menos 6 refeições diárias (de modo a não exceder as 3h de intervalo entre refeições);

- Preferir o uso de ervas aromáticas, evitando o excesso de sal;

- Consumir hortícolas nas refeições principais;

- Preferir métodos de confeção mais simples;

- Manter a hidratação.